Os rios do Gerês

Por aqui a água é abundante. Não faltam rios, ribeiros e demais cursos de água a rasgar a montanha, alimentando esta imensa mancha verde que se espalha por todo o Gerês.

O mais vistoso de todos eles é o Cávado, pois claro. A sua presença é imponente e deixa a sua marca em toda a região do Minho. Nasce na serra do Larouco, atravessa o Parque Nacional da Peneda-Gerês, passando mesmo aqui à porta da Quinta dos Carqueijais, antes de sossegar o ímpeto na barragem da Caniçada.

Em seguida, segue o seu percurso tranquilamente, com passagens a norte de Braga e por Barcelos, antes de desaguar em Esposende, terminando aí um percurso de 135 km.

Depois, há cinco rios – todos eles afluentes do Cávado – que se destacam pela importância que têm para a região. São eles os rios Homem, Gerês, Rio Fafião, Cabril e a Ribeira de Beredo.

Juntos compõem uma bacia hidrográfica de 1600 km², cuja capacidade total de armazenamento de recursos hídricos se situa na ordem dos 1180 hm3. Ou seja, quase 30% do total existente em Portugal.

Numa região de tal maneira rica em recursos hídricos, não é de estranhar a existência de diversas albufeiras hidroeléctricas, conhecidas como barragens. Só o rio Cávado tem três – Caniçada, Salamonde e Paradela –, existindo uma outra no rio Homem (Vilarinho das Furnas) e, no limite nordeste da serra, a albufeira de Tourém, no rio Salas (barragem espanhola de (Encoro de Salas).

Na maior de todas elas, a ampla albufeira permite a navegação fluvial, percorrida durante o ano por embarcações de recreio que fazem passeios pelo rio. Nos meses de verão, há ainda afluência de embarcações de lazer que permitem aos turistas aproveitarem o rio para todo tipo de atividades náuticas.

Além das barragens, a abundância de água é um ponto de atração através da vasta rede de fontes, todas elas devidamente assinaladas e com água da melhor qualidade. Sem esquecer, claro, das águas termais, aproveitadas para fins terapêuticos na vila do Gerês.

Não é de estranhar, por isso, que a região seja esteja entre as mais húmidas de Portugal Continental, com um valor médio anual de humidade do ar superior aos 80%. O maciço montanhoso da Peneda-Gerês situa-se na trajetória de massas húmidas de ar do Atlântico provenientes do Oeste. Torna-se, assim, num obstáculo natural que resulta em elevados níveis de precipitação (chuva), com uma média anual de 2200 mm.

© Quinta dos Carqueijais, 2016